Lembro-me de na faculdade estarmos à conversa umas quantas colegas de turma, naquela circunstância de intervalo entre as aulas, e de conversarmos de como seria a nossa vida profissional e o que vestiríamos nos nossos futuros empregos.

Conversas que hoje se revelam sem qualquer sentido. Actualmente nós não temos emprego somos antes assalariados pela prestação do serviço que realizamos!

Se enquanto estudantes de liceu pensamos e repensamos no que queremos seguir como profissão que nos acompanhará toda a nossa vida, quando entramos na universidade, o curso para o qual nós e a nossa família se esforça para o conquistarmos é a nossa prioridade e esperança de conseguirmos alcançar uma vida melhor que a dos nossos Pais. 

Mas a verdade é que quando nos confrontamos com a realidade os nossos desejos, sonhos e ilusões vão inteiramente pelo cano a baixo!

Quando me questionam pela minha vida profissional sou obrigada a responder que não estou mal, face me encontrar a trabalhar na área para a qual estudei cinco anos e para a qual ainda me encontro a completar o mestrado (raios de tese!), trabalho esse que vem desde que terminei o curso…

No fundo a resposta que quer sair da minha boca é outra, é mesmo dizer que nunca estive tão mal como agora, que quando eu estudava e vivia sob a custódia dos meus Pais a vida era diferente e bem mais facilitada, eu tinha sonhos, que hoje já mos destruíram, eu tinha objectivos que hoje só me limito a sonhar! 

A resposta é sempre a mesma: o País está como se vê e todos nós recebemos mal para o trabalho que desempenhamos. Será? Questiono em silêncio, não estarão muitas das empresas a encobrirem o seu lado mesquinho de olharem os seus colaboradores como subordinados que tudo devem aos seus patrões pela colossal oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos académicos, e ainda os remunerarem!

Não sei como tudo isto vai terminar mas a culpa é igualmente minha, porque se estou mal eu deveria mudar, porque se eu estou mal eu deveria arriscar, porque se eu estou mal eu deveria sair e o que é certo é que a minha revolta pelo menos hoje se fica apenas por este texto!

Presentemente afirmo: a minha vida profissional ainda não começou e a minha esperança de crescer é cada vez menor..