Não é verdade se vos disser que o Natal é a época do ano que mais aprecio. Já foram os tempos em que o Natal significava férias à grande, toda a família reunida à mesa e um noite para lá de especial.

Continuo a gostar do Natal mas efectivamente não é a mesma coisa, já nenhum dos netos acredita que o senhor de barba branca e vestido de vermelho que entrava pela porta da cozinha em direcção à sala de jantar pelas 00h e exactamente com o perfil do tio é o Pai Natal, e os Avós (que queiramos quer não são o grande elo de ligação) já não estão fisicamente entre nós para celebrarmos o nascimento de Jesus. 

Acredito que quando nós filhos viermos a transformar os Pais e os Tios em Avós tudo volte a ganhar aquele significado, enquanto isso não acontece é mais uma noite, igualmente especial, em que se reúne o máximo de família que se consegue. 

Não me interpretem mal. Dou graças a Deus pela noite que tive, com os meus, numa mesa que se quis recheada, lareira acesa e sorrisos espelhados no rosto, mas aquela sensação de inocência, de confirmar se o Pai Natal tinha percebido direito todos os presentes que eu tinha pedido na carta que lhe escrevi, de poder, no dia seguinte e logo pela manha, brincar com as prendas que os primos tinham recebido essa já foi. 

Hoje a troca de presentes acontece pelo decifrar das entre linhas de conversas puxadas para o efeito. E mais uma vez não me interpretem mal, gosto muito de dar e receber presentes. Mas o Natal que outrora demorava uns excelentes dias na aldeia entre muita brincadeira hoje simplesmente, passados dois dias passou!